Estudo descobre uma nova maneira de bloquear a transmissão da malária!
Em um novo estudo intitulado “Imunidade adquirida naturalmente contra gametócitos imaturos de Plasmodium falciparum”, cientistas revelaram alvos previamente desconhecidos de respostas de anticorpos humanos naturais que são encontrados nas superfícies de glóbulos vermelhos infectados com parasitas da malária. A equipe por trás do estudo acredita que o uso de uma vacina para impulsionar essa resposta natural pode fornecer uma maneira eficiente de bloquear tanto a doença quanto sua disseminação.
A transmissão da malária
A malária continua sendo uma ameaça significativa à saúde humana, com aproximadamente 216 milhões de casos por ano e mais de 400.000 mortes no mundo. Particularmente preocupante é a recente recuperação de casos no último ano, principalmente na África Subsaariana e na América do Sul, e a disseminação da resistência à artemisinina no Sudeste Asiático.
A malária é causada pelo parasita Plasmodium, que depende de mosquitos e seres humanos para a sua transmissão. Quando um mosquito infectado morde um humano, ele injeta parasitas que deixam as pessoas doentes e às vezes levam à morte. Alguns dos parasitas patogênicos se desenvolvem em formas transmissíveis que podem ser adquiridas por outro mosquito. Parte desse desenvolvimento do parasita ocorre nos glóbulos vermelhos na medula óssea.
Os pesquisadores, liderados pela Universidade de Glasgow, em colaboração com o Radboud University Medical Center, na Holanda, e a Universidade de Harvard, estudaram amostras de plasma humano de mais de 500 indivíduos infectados dos Camarões, Burkina Faso, Gâmbia e Malauí.
O estudo descobriu novos antígenos que foram anexados à superfície do eritrócito infectado no estágio assexual replicativo e no estágio gametócito transmissivo durante sua vida útil no corpo humano. Os cientistas relatam que o corpo humano produziu anticorpos naturais em resposta a esses antígenos, e que níveis aumentados de alguns desses anticorpos foram associados à redução do estágio assexual e da carga de gametócitos durante a infecção por malária.
Os gametócitos são o único estágio do parasita capaz de transmitir ao mosquito e, portanto, essenciais para a disseminação da doença. A resposta imunitária recentemente descoberta reduz a multiplicação assexuada e a maturação dos gametócitos transmissíveis.
O Professor Matt Marti, do Instituto de Infecção, Imunidade e Inflamação da Universidade, disse: “Este é um desenvolvimento significativo em nossa necessidade de encontrar um alvo plausível para uma vacina definitiva contra a malária e contra as formas de estágio do parasita”.
O estudo completo sobre os antígenos estão disponíveis na revista científica Science Translational Medicine.
Fonte: https://noticias.4medic.com.br/malaria/